sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Textos vencedores da etapa escolar - Olimpíada de Língua Portuguesa 2016

Olimpíada de Língua Portuguesa




Poema vencedor da etapa escolar

1º lugar
Rio Persistente

Nascendo no seio da Amazônia,
Vem pelo cantinho do Acre
Com suas águas amarronzadas
A correrem radiantes,
Ante a luz do luar...

Bravo como um touro
Bate no barranco!
Pah - pah - pah...
Abrindo caminho
Para a vida passar...

Encontra em seu percurso
Olhares famintos...
Bocas sedentas...
E vai aliviando
Desejos e sofrimentos...

Ah Iaco!
Histórias tu tens a contar...
Por tanta experiência passaste...
Viu Sena nascer...
Viu Sena mudar!

O progresso que te trouxe esperança
De um futuro promissor,
Trouxe também a matança
Da tua natureza, teu vigor!

Iaco, Oh Iaco...
O que tens debaixo de tuas águas?
Perigos, escuridão?...
Esgoto, poluição?...

Tu és um tesouro
Que teu povo tem!
Mas teu valor é ignorado...
E teu leito, emporcalhado!

Vemos lixo destoar tua beleza...
Manchar tua aparência...
A poluição tornou-se doença
Que corrói a tua essência.

Iaco, Oh Iaco!
Como a vida tu és!
Enfrenta desafios
Sem “arredar os pés”!

Ao longo dos anos, conquistaste...
Tuas “cheias” imponentes
Trazem sempre renovação
Do solo, da plantação...

Ao longo dos anos, fracassaste...
Tuas “secas” severas
Sugam o sangue latente
Da tua margem, da tua gente...

Assim acolhes em teu leito
Uma estranha contradição:
Tens brilho, vida, grandeza...
Tens lixo, morte, destruição...

Tu que és bravo e persistente...
Como irás vencer a guerra
Contra a desumanidade
De toda essa gente?

Iaco, Oh Iaco...
Neste poema venho te indagar:
Tu vais resistir...
Ou vais cair e chorar?


Aluna: Amanda Moreira dos Santos
5º ano “A”
Professora Jociléa Oliveira de Freitas




2º lugar 

O olhar diferente

Aos pés do Cristo Libertador
É possível ver toda a cidade,
De ponta a ponta...
Mostrando o que para mim
Seria a realidade.

Parece tudo tão lindo...
Parece tudo perfeito.
Parece uma cidade
Que não tem nenhum defeito.

Vejo pessoas indo e vindo
De moto, carro, bicicleta...
Andando sem parar,
Indo para todo lugar.

Vejo pássaros bailando,
Dançando valsa no céu.
O céu de um azul iluminado
Completamente sem véu...

Vejo o sol majestoso, imponente!
Como uma tocha reluzente,
“Alumiando” e aquecendo
Tudo o que está a sua frente.

Vejo de longe lindas árvores
Com seu verde incandescente.
Encantam a visão de quem passa
Com sua cor que ofusca a gente.

Descendo lá de cima
Começo a entender
Que a realidade
Não é tudo o que se vê.

Olhando para os lados,
Percebo com tristeza
O amontoado de lixo
Que destrói a natureza.

Aqui há muitas ruas
Um tanto descuidadas:
Entulho brota como semente...
Buraco cresce como gente!

Olhando com cautela
Quem passa na calada noite,
Percebo em seu olhar
A violência se revelar.

Vejo jovens, adolescentes
Às drogas se entregar,
Vagando pelas ruas,
À própria vida indiferentes.

Todos parecem tão perdidos...
Todos vivem tão passivos...
Será que não tentam imaginar
Aonde o destino os levará?

Creio que um dia
Tudo isso pode mudar.
Com a garra, a força do povo
E um modo diferente de olhar...

Aluno: Pedro Henrique Rodrigues Bezerra
Turma: 5º ano B
Professora Sheyla Pires


3º lugar

O gemido da Natureza

Natureza!
Em minha cidade querida,
Já não te vejo mais tão bela.
Busco em ti sinal de vida...
Mas minha vista só alcança
Fumaça, morte, ferida...

Natureza, oh Natureza!
Antes como uma jovem noiva.
Exalavas teu vigor,
Exibias tua verde esperança...
Hoje estás seca e desfalecida
Consumida pela dor perversa
Da amarga perda da vida.

Natureza!
O homem - teu amado,
A quem te entregaste,
Tornou-se carrasco cruel
E conseguiu rasgar teu véu.

Natureza! Oh Natureza!
O homem - teu filho,
A quem tu alimentaste,
Rebelou-se contra ti,
Violentando com crueldade,
O manto verde que te cobre
Sem dó, sem piedade!

Natureza!
O homem que criaste,
Trocou o verde pelo cinza...
Possuído pela ganância,
Destrói a tua flora,
E tira da tua fauna
a alma, a substância.

Natureza!
Se o homem desnaturado
Sentisse a tua dor,
Teria mais consciência
Do seu ato destruidor.
Natureza!
Do lugar onde estou
Escuto de madrugada
O teu gemido de dor,
Devido a lâmina cruel
Da foice do lenhador.

Natureza, oh Natureza!
És minha floresta-mãe!
Habito em teu ventre
Como criança indefesa.

Sofro com a tua perda...
Lamento o teu fim...
O que será de mim
Se o homem te destruir?



Antony Silva Alves
Turma 5º ano C
Prof. Gezi Araújo de Oliveira






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